Ele jogou a cor laranja no nascer do sol e pintou o céu de azul.
E se você gosta de ver o vôo dos gansos poderá observar isto
também.
Teve Ele de fazer a bela cauda do esquilo?
Foi Ele obrigado a fazer o canto dos pássaros? E a forma engraçada
como as galinhas ciscam ou a majestade do trovão quando emite seu som?
Por que dar cheiro à flor? Por que dar sabor aos alimentos?
Seria porque Ele adora ver este olhar em seu rosto?
Se nós damos presentes para demonstrar nosso amor, quanto mais
Ele? Se nós — salpicados de excentricidade e cobiça gostamos de dar presentes,
quanto mais Deus, nosso puro e perfeito Deus, gosta de nos presentear. Jesus disse:
"Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos,
quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?"
(Mt 7.11)
Os dons de Deus emitem luz de seu coração, o bom e generoso
coração de Deus. Tiago, irmão de Jesus, nos diz: "Toda boa dádiva e todo
dom perfeito vem do alto, descendo do pai das luzes, em quem não há mudança nem
sombra de variação" (Tg 1.17). Todos os dons revelam o amor de Deus...
porém nenhum dom revela mais seu amor do que o dom da cruz. Eles vieram, não
embrulhados em papel, mas em paixão. Não foram colocados em volta de uma
árvore, mas em uma cruz. Não foram cobertos por laços e tiras, mas borrifados
com sangue.
Os dons da cruz.
Muito tem sido dito sobre o dom da cruz em si, mas e quanto aos outros
dons? E quanto aos cravos, à coroa de espinhos? Às vestes tomadas pelos
soldados, às vestes usadas no enterro? Você já separou algum tempo para abrir
estes presentes?
Ele não foi obrigado a dá-los, você sabe. A única atitude de fato
requerida para a nossa salvação foi o sangue derramado. Ainda assim Ele fez
muito mais. Imagine a cena da cruz, e o que encontrará?
Uma esponja embebida em vinagre. Um sinal.
Duas cruzes ao lado de Cristo.
Presentes divinos destinados a despertar aquele momento, aquela
fração de segundo quando seu semblante mudará, seus olhos se abrirão ainda mais
e Deus o ouvirá sussurrar: — Fizeste isto por mim?
O diadema da dor que retalhou seu rosto gentil, três pregos
fincando a carne na madeira para segurá-lo naquele lugar.
Compreendo a necessidade de sangue.
Seu sacrifício eu abraço.
Mas a esponja amarga, a lança transpassando, o cuspe em seu rosto'
Tinha que ser uma cruz?
Não havia uma morte mais amável do que seis horas pendurado entre
a vida e a morte, tudo isto regado a um beijo de traição?
— Oh, Pai, — diz você com o coração tranqüilo, — Desculpe
perguntar, mas preciso saber, fizeste isto por mim?
Ousaríamos fazer esta oração? Ousaríamos dar vazão a tais
pensamentos? Estaria o monte da crucificação cheio de presentes de Deus? Podemos
examiná-los? Abramos estes presentes da graça como se — ou talvez, quem sabe -
pela primeira vez. E, ao tocá-los — ao sentir a madeira da cruz e passar os
dedos pela trança da coroa de espinhos — pare e ouça. Provavelmente você o
ouvirá sussurrar:
"Eu fiz isto por você. "
Nenhum comentário:
Postar um comentário